Umidade do ar, nuvens e nebulosidade

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Umidade do Ar

A umidade do ar representa a quantidade de vapor d’água presente na atmosfera. E trata-se de uma condição que influencia na temperatura, sensação térmica e nas precipitações.

Diversos fatores como a continentalidade, condições marítimas, massas de ar e tipos de vegetação intervêm na umidade do ar. Como por exemplo, locais próximos ao mar tendem a ter maiores níveis de evaporação da água, consequentemente, a umidade do ar se torna mais elevada do que em locais afastados dessas correntes de água.

Quando se refere a um clima local, a umidade do ar está relacionada com a amplitude térmica, ou seja, com a diferença entre a menor e maior temperatura alcançada em um determinado período. Diante disso, se compreende que quanto maior é a umidade do ar, menor será a amplitude térmica. E vice-versa.

Como exemplo prático da influência da umidade do ar, lembre-se da região desértica, onde o clima é árido e possui umidade do ar relativamente baixa. Nesta área as temperaturas podem alcançar 50ºC durante o dia e 0ºC durante a noite, ou seja, a variação ou amplitude térmica é muito grande dentro das mesmas 24h.

Por outro lado, também podemos citar o ambiente da região Amazônica, que possui elevada umidade do ar. Onde devido à vegetação, as altas árvores impedem que o calor se espalhe nos locais próximos ao solo. Assim como, a grande quantidade de água também colabora na manutenção da umidade. E nesta região, a amplitude térmica tende a ser baixa, variando até 5 ° C entre o dia e a noite.

Agora, você vai estudar sobre os conceitos de vapor d’água, para em seguida compreender as medidas de umidade do ar e a temperatura do ponto de orvalho.

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VAPOR D’ÁGUA

O teor de vapor d’água presente na atmosfera pode variar entre 0 a 4% do volume de ar. Isso significa que numa massa de ar, a capacidade máxima de vapor d’água retida é de 4% do seu volume.

Vapor da água

| 0% | 1% | 2% | 3% | 4% 

De acordo com os aspectos da termodinâmica da atmosfera, o vapor d’água é classificado em relação ao ar, como:

  • AR SECO: Quando a umidade corresponde a 0% do volume de ar.
  • AR ÚMIDO: Quando a umidade corresponde entre 0 a 4% do volume de ar.
  • AR SATURADO: Quando a umidade corresponde a 4% do volume de ar.

Considerando que o ponto de saturação é a quantidade máxima de vapor d’água contido no ar, em uma determinada temperatura. Quando o ar se encontra nesta condição, diz que sua capacidade está “satisfeita”. E pode ocorrer através do acréscimo de vapor d’água ou por resfriamento.

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FATORES REPRESENTATIVOS DA UMIDADE

No estudo da Meteorologia, os fatores representativos da umidade são classificados como Umidade Relativa; Umidade Absoluta; Umidade Específica; Temperatura do Bulbo Úmido e Temperatura do Ponto de Orvalho.

Conheça cada uma delas a seguir:

  • Umidade Relativa: Se refere à quantidade de vapor d’água presente no ar comparado com o máximo que ele consegue reter à mesma temperatura, de acordo com a tabela. Varia de 0% a 100% e é medida diretamente pelo Higrômetro, indiretamente pelo Psicrômetro e registrada pelo Higrógrafo.

Vapor da água

| 0% | 1% | 2% | 3% | 4% 

Umidade relativa

| 0% | 25% | 50% | 75% | 100% 

ATENÇÃO!

Questão comum na prova da ANAC: Quando a proporção de vapor d’água atinge 1 % do volume de ar considerado, afirma-se que a umidade relativa é de? 25%.

 
  • Umidade Absoluta: Se refere à relação entre a massa do vapor d’água presente no ar com o volume. E é expressa em gramas de vapor d’água por m3 de ar.
  • Umidade Específica: Se refere a relação entre a massa de vapor d’água e a massa do ar úmido. E é expressa em gramas de vapor por kg de ar úmido.
  • Temperatura do Bulbo Úmido: Ocorre devido ao acréscimo de vapor d’água num determinado volume de ar através de evaporação, até a saturação. Neste momento, a temperatura.

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PONTO DE ORVALHO

A temperatura do ponto de orvalho é definida como uma temperatura de saturação do ar através de resfriamento, em condições de pressão constante. Ela é medida indiretamente pelo Psicrômetro, instrumento que é composto por um termômetro de bulbo seco e um de bulbo úmido.

Esta temperatura é informada nas mensagens meteorológicas como METAR e SPECI em conjunto com o valor da temperatura do ar. Estas informações permitem a avaliação da umidade, onde quanto mais próximos os valores, mais úmido está o ar, quanto mais afastados, mais seco está o ar.

Exemplos:

  • 25/15: Temperatura do ar 25ºC e Temperatura do Ponto de Orvalho de 15ºC.
  • 20/20: Temperatura do ar igual a Temperatura do Ponto de Orvalho = Ar saturado.

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NUVENS E NEBULOSIDADE

Cientificamente, uma nuvem é a umidade do ar condensada ou sublimada, que se constitui através de gotículas de água ou cristais de gelo. É o resultado direto do esfriamento do ar e tem base a partir de 30 metros de altura.

As nuvens são classificadas de acordo com seu aspecto físico, estrutura, estágio de formação e gênero ou tipo, como você verá a seguir.

1. Aspecto Físico

  • Estratiforme: É aquela que possui grande desenvolvimento horizontal e pouco desenvolvimento vertical, cobrindo grande área. É de pouca espessura e precipita com caráter leve e contínuo.

Aspecto estratiforme

  • Cumuliforme: É aquela que possui grande desenvolvimento vertical e pouco desenvolvimento horizontal. Surge isolada e precipita de forma forte, em pancadas e localizadas. Pode ser líquida, sólida e mista.

Aspecto cumuliforme

2. Estrutura

  • Líquida: É aquela constituída por gotículas de água, formada através da condensação em baixas alturas, onde as temperaturas são positivas.
  • Sólida: É aquela composta por cristais de gelo, formada através de sublimação, em alturas elevadas, onde as temperaturas são negativas.
  • Mista: É aquela constituída tanto de gotículas de água como de cristais de gelo, formada através da condensação ou sublimação, em Alturas médias, onde as temperaturas estão na faixa de 0ºC.

3. Estágio de Formação

São definidos em função das alturas médias das bases em que se formam as nuvens, de acordo com a tabela.

4. Gênero ou Tipo de Nuvem

As nuvens são distribuídas em dez gêneros exclusivos, ou seja, uma dada nuvem só pode permanecer a um único gênero.

A seguir, você terá a oportunidade de conhecer melhor cada tipo de nuvem.

  • Stratus (ST): É uma camada de nuvem cinza com base uniforme, a qual pode apresentar precipitação na forma de chuvisco. E quando o sol é visível através da nuvem, seu contorno é claramente distinguido.
  • Stratocumulus (SC): É um banco, lençol ou camada de nuvem acinzentada ou esbranquiçada que possui partes escuras compostas por massas ou rolos arredondados, os quais podem estar soldados entre si ou apresentar aberturas nas áreas mais finas. É uma nuvem caracterizada pelo equilíbrio condicional, que significa que há turbulência apenas dentro da nuvem
  • Nimbostratus (NS): É uma camada de nuvem cinza-escura que cobre quase todo o céu e é suficientemente espessa para ocultar o sol ou a lua. A sua base parece difusa devido à precipitação de chuva ou neve que caem abundantemente, mais ou menos contínuas.
  • Altostratus (AS): É um lençol de nuvem acinzentada ou azulada de aparência uniforme que cobre parcial ou totalmente o céu e que possui partes finas o bastante para revelar o sol. Nela pode ocorrer precipitação na forma de chuva ou neve de caráter contínuo.
  • Altocumulus (AC): É o banco, lençol ou camada de nuvem branca ou acinzentada, tendo geralmente sombra própria. Em atmosfera instável o desenvolvimento vertical desta nuvem pode ser suficiente para produzir precipitação na forma de virga (tipo de chuva que não alcança o solo). A sua presença identifica turbulência nos níveis médios.
  • Cirrus (CI): É destacada na forma de filamentos delicados, esbranquiçados e brilhantes, de bancos leitosos e ou faixas estreitas. Possui uma aparência fibrosa ou sedosa. E a espécie cirrus uncinus indica o núcleo da corrente de jato.
  • Cirrocumulus (CC): É um grupo, lençol ou camada de nuvem fina e branca sem sombra própria, composta de pequenos grânulos, unidos ou separados. Sua presença indica a base da corrente de jato e turbulência em níveis altos.
  • Cirrostratus (CS): É um véu transparente e esbranquiçado de aparência acetinada, que cobre parcial ou totalmente o céu e produz o fenômeno de halo (anel luminoso ao redor do sol ou da lua).
  • Cumulus (CU): É destacada, densa e com contornos bem definidos, que se desenvolve na vertical na forma de montes em elevações, ou torres, de onde a parte superior se assemelha ao couve-flor. Na espécie Cumulus Congestus ou Torre de Cumulus (TCU) a precipitação ocorre na forma de pancadas de chuva e neve.
  • Cumulonimbus (CB): É a mais perigosa da aviação, que apresenta trovoada, de aspecto denso e pesado, com considerável extensão vertical na forma de outra montanha ou torre gigante. Parte de sua porção superior é fibrosa ou estriada, parecendo-se com uma bigorna. Seu aspecto ameaçador é aumentado pelos relâmpagos e trovões e pode ser agravado por fortes pancadas de chuva, neve ou granizo. Possui base entre 700 e 1.500 metros e o seu topo pode chegar de 24 a 35 km, sendo a média entre 9 e 12 km.

Existem algumas espécies de nuvens além dos 10 tipos que acabamos de conhecer, dentre elas as principais são:

  • Mammatus: Uma protuberância pendente, como sacos ou seios, na parte inferior da nuvem, indicando forte turbulência
  • Uncinus: É uma forma especial de cirrus, popularmente conhecida como “rabo-de-galo” e cujo nível é caracterizado por ventos fortes associados às correntes de jato.
  • Castellanus: É um conjunto de nuvens cumuliformes assentados numa base comum.

 

A altura da base da nuvem é a distância vertical que separa a base da nuvem da pista ou superfície considerada. Na maioria das vezes é adquirida por estimativa visual, podendo ser feita também por meios instrumentais nas estações meteorológicas.

E o teto é a altura da mais baixa camada de nuvem, até 20.000 pés que cubra mais da metade do céu

Resumo Geral

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